31 outubro 2009

TVCOM: GRÁFICA GAÚCHA III e POEMAS GRAVADOS II

Parte 1



Parte 2



Exposição de gravuras "Gráfica Gaúcha III - Independentes e Novíssimos", e de gravuras com poesia, "Poemas Gravados II".

GRÁFICA GAÚCHA III
Curadoria: Anico Herskovits

Independentes: Ana Alegria, Clarice Jaeger, Esther Bianco, Francisco Riopardense de Macedo, José Carlos Moura, Luis Brasil, Maria Inês Rodrigues, Paulina Eizirik, Saint Clair Chamin.

Novíssimos: Ana Vergamini, Fernanda Soares, Jane Machado, Lana Lanna, Marcelo Monteiro, Marcelo Soares, Marcos Sanches, Nara Amélia, Raquel Lima, Raquel Schwonke, Rodrigo Pecci, Suzel Neubarth, Zupo.

POEMAS GRAVADOS II
Org.: Anico Herskovits e Sidnei Schneider

Poetas: Alexandre Brito, Élvio Vargas, Eduardo Degrazia, Jaime Medeiros Jr, José Antônio Silva, José Weis, Jorge Rein, Laís Chaffe, Liana Timm, Neli Germano, Telma Scherer, Sidnei Schneider.

Artistas plásticos: Arlete Santarosa, Cylene Dallegrave, Inói Varela, Jane Machado, Mabel Fontana, Marta Loguércio, Marcelo Monteiro, Miriam Tolpolar, Paulo Chimendes, Raquel Lima, Rodrigo Pecci, Anico Herskovits.

Produção Marisa Veeck. Realização CC-CEEE Erico Verissimo.
Edição para YouTube: Sidnei Schneider

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29 outubro 2009

ALGUMAS FOTOS POEMAS GRAVADOS II

Clique nas imagens para ampliar
Marcelo Monteiro, Kátia Suman, Anico Herskovits

Bandeirinhas Poemas Gravados

Sidnei Schneider e Raquel Lima

Telma Scherer, Sidnei e Marcelo

Marcelo, Kátia, Anico e cinegrafista

Neli Germano e Raquel

Mandem mais fotos!

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27 outubro 2009

MINI-METRAGENS CIDADE POEMA

Nessa quinta, 29/10, acontece o Happy Hour Especial do CIDADE POEMA na Alameda dos Escritores do Shopping Total, das 19h às 20h.

Exibição de MINI-METRAGENS PO-ÉTICOS, aperitivos de um projeto maior, dirigidos pela cineasta e escritora Laís Chaffe - que entram em cartaz em três salas do Cinesystem, dia 30/10, e serão exibidos alternadamente até 30/11, junto às sessões principais. C
onvidado, participo de um deles.

Performance de Deborah Fonocchiaro, e bate-papo com a escritora Christina Dias.

POETAS E CRÉDITOS:

Alexandre Brito, Celso Gutfreind, Diego Petrarca, José Eduardo Degrazia, Maria Carpi, Paula Taitelbaum, Paulo Seben, Ricardo Silvestrin, Sidnei Schneider e Telma Scherer dizem poemas seus ou de poetas que admiram.
A direção é de Laís Chaffe, com trilha sonora assinada por Beto Chedid (dos Cowbees), direção de fotografia de Rodinério da Rosa, edição de Tiago Damaman e direção de produção de Kika Lisboa.

POESIA NOS ELEVADORES E ESPELHOS DE BANHEIROS:

Até o final de novembro, os sete elevadores do Shopping Total vão expor 14 adesivos poéticos ilustrados pelo designer Auracebio Pereira (o Aura), enquanto os espelhos dos banheiros passam a exibir outros oito poemas, com ilustrações do artista plástico Guilherme Moojen.
Como em ações anteriores, o Cidade Poema divulga tanto poetas clássicos quanto autores locais contemporâneos. Quem passear pelo shopping poderá conferir versos de Fernando Pessoa e John Keats, assim como poemas dos gaúchos Alexandre Brito, Ana Mello, Augusto Franke Bier, Celso Gutfreind, Denair Guzon, Diego Petrarca, Laís Chaffe e Lau Siqueira.

Dá-lhe, Laís!

25 outubro 2009

GRAVURAS & POEMAS ATÉ 16 DEZEMBRO

Bem legal a abertura da exposição Gráfica Gaúcha III, Independentes e Novíssimos, junto a de Poemas Gravados II, de gravuras com poesia. Além da apreciação das beleza das obras, o público acompanhou as diferentes técnicas de gravura em impressões realizadas na hora e distribuídas gratuitamente. E ainda pôde levar para casa o belo catálogo-livro e concorrer a 24 gravuras com poemas, sorteadas no final.

O esperado afluxo de convidados a alguns surpreendeu. A TVCom, através do programa Camarote, apresentado por Kátia Suman, transmitiu extensa reportagem ao vivo, e a TVE também fez ótima matéria. Jornais noticiaram, vídeos foram gravados e fotógrafos registraram a festa. Em breve, será possível assistir a parte do evento no YouTube. Por fim, uma esticada dos mais animados ao bar Odeon celebrou o sucesso da abertura.

Aberto até 16 de Dezembro, o evento sorteia 20 gravuras com poemas por semana, bastando o visitante utilizar a urna da recepção. Livros de poesia e gravuras expostos nas vitrines horizontais também podem ser adquiridos no Café do local ou conforme indicado.

Serviço:
Centro Cultural CEEE Erico Verissimo
Rua dos Andradas, 1223
20 Out à 16 Dez 2009
Terça à sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 11h às 18h
Entrada franca

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16 outubro 2009

POEMAS GRAVADOS II

Abre nesta terça, 20 de outubro, a exposição Poemas Gravados II, com gravuras e poemas em diálogo, na Sala Arquipélago do Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo (Rua dos Andradas, 1223), 19 horas. Dessa vez, coube a cada poeta elaborar um texto a partir de uma gravura, ao contrário do que aconteceu em 2008.

Organizada pela artista plástica Anico Herskovits e pelo poeta Sidnei Schneider, o evento associa-se à mostra Gráfica Gaúcha III - Novíssimos e Independentes, que acontece no mesmo local e horário, sob a curadoria de Anico.

Durante a visitação pública, de 21 de outubro a 16 de dezembro, serão sorteadas gravuras com poemas a cada semana, num total de 150, para quem preencher o cupom. (De terça à sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 11h às 18h).

POETAS

Alexandre Brito
Élvio Vargas
Eduardo Degrazia
Jaime Medeiros Jr
José Antônio Silva
José Weis
Jorge Rein
Laís Chaffe
Liana Timm
Neli Germano
Telma Scherer
Sidnei Schneider

ARTISTAS PLÁSTICOS

Arlete Santarosa
Cylene Dallegrave
Inói Varela
Jane Machado
Mabel Fontana
Marta Loguércio
Marcelo Monteiro
Miriam Tolpolar
Paulo Chimendes
Raquel Lima
Rodrigo Pecci
Anico Herskovits

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14 outubro 2009

ODE AO GATO: PABLO NERUDA

À Maiara,
Edna,
Fabriano,
Mara,
Clarissa,
Juliana,
Stefania
e todos
amantes
de felinos.
Foto: poeta
Mara Faturi.

ODE AO GATO

Os animais eram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco foram se
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça, vôo.
O gato,
só o gato
apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.

O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato
do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.

Não há unidade
como ele,
não tem
a lua nem a flor
tal contextura:
é uma coisa só
como o sol ou o topázio,
e a elástica linha em seu contorno
firme e sutil é como
a linha da proa
de uma nave.
Os seus olhos amarelos
deixaram uma só
ranhura
para jogar as moedas da noite.

Oh pequeno
imperador sem orbe,
conquistador sem pátria,
mínimo tigre de salão, nupcial
sultão do céu
das telhas eróticas,
o vento do amor
na interpérie
reclama
quando passas
e pousas
quatro pés delicados
no solo,
cheirando,
desconfiando
de todo o terrestre,
porque tudo
é imundo
para o imaculado pé do gato.

Oh fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, ginástico
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
dos quartos,
insígnia
de um
desaparecido veludo,
certamente não há
enigma
na tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo sabe de ti e pertence
ao habitante menos misterioso,
talvez todos acreditem,
todos se acreditem donos,
proprietários, tios
de gatos, companheiros,
colegas,
discípulos ou amigos
do seu gato.

Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Tudo sei, a vida e seu arquipélago,
o mar e a cidade incalculável,
a botânica,
o gineceu com os seus extravios,
o pôr e o menos da matemática,
os funis vulcânicos do mundo,
a casaca irreal do crocodilo,
a bondade ignorada do bombeiro,
o atavismo azul do sacerdote,
mas não posso decifrar um gato.
Minha razão resvalou na sua indiferença,
os seus olhos tem números de ouro.

Pablo Neruda
Navegaciones y Regresos, 1959

09 outubro 2009

ORIDES FONTELA

O poema Fala,

do livro Transposição (1969),

o primeiro publicado pela poeta,

é já um clássico

da poesia brasileira.


FALA

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.

(Toda palavra é crueldade).


Orides Fontela, 1940-1998.

08 outubro 2009

JORNADA DE POESIA + A BUSCA DO NOVO:

Participar de mesas de debates é ótimo, sempre se sai delas enriquecido. Na 2ª Jornada SESC de Estudos de Poesia, realizada em Bento Gonçalves de 05 a 09 Outubro de 2009, tive o privilégio de ser o mediador dos poetas Armindo Trevisan, na abertura, e Antonio Cicero (foto), no en-cerramento. Fabrício Carpinejar, Marlon de Almeida, Ricardo Silvestrin, Alexandre Brito, Ronald Augusto, Telma Scherer, Rubem Penz, Sérgio Napp, Dilan Camargo, Maria Carpi, Maria do Carmo Campos, Caio Ritter, entre outros, também fizeram parte do evento.
O título da primeira mesa era verdadeiro oxímoro, Breve história da poesia ocidental, mas excelente enquanto provocação. Armindo Trevisan iniciou lendo poemas sumérios de 6.000 anos atrás, originalmente escritos em cuneiforme em frágeis tabuinhas de barro. Seguiram-se poemas da Babilônia e do antigo Egito, com direito à fuga para os não muito ocidentais China e Japão, saltando então para a Roma de Catulo. O recorte privilegiou a lírica, com poemas amorosos, eróticos, lamentações e elegias, talvez por ser a poesia épica do período mais estudada. Com o tempo da palestra se exaurindo, limitei-me a dizer algo sobre a permanência quase despercebida dos poetas latinos entre nós, inclusive na linguagem cotidiana, citando trechos de Lucrécio, Ovídio e Virgílio. Conviver, viajar e falar de poesia com Trevisan também foi muito bom.
Não conhecia Antonio Cicero pessoalmente, um cara muito afável e tranquilo. Na mesa O poema enquanto obra de arte, levantou aspectos formais e possibilitou que se fruíssem em detalhe poemas de Carlos Penna Filho, Cruz e Sousa, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Augusto de Campos, alargando as possibilidades de leitura do público.
Na impossibilidade de reproduzir as palestras, destaco artigo de Antonio Cicero sobre a questão do novo em poesia. Ainda que aí não se trate de discutir em conjunto os equívocos do concretismo e de Pound, a suposta supremacia dos poetas inventores a frio, defendida por aqueles e não apenas por Mario Faustino, é criticamente superada com argumentação equilibrada e consistente.

A BUSCA DO NOVO

Antonio Cicero

O poeta Ezra Pound inventou inúmeros slogans, máximas, esquemas classificatórios, etc. O problema de tais gnomas e traçados é que, retirados dos contextos -muitas vezes polêmicos- em que foram enunciados, eles tendem a esclerosar, tornando-se dogmas que empobrecem as questões a que se referem.
Assim foi, por exemplo, a classificação dos poetas em inventores, mestres e diluidores. Com base nela, Mário Faustino, por exemplo -que, entretanto, em outras ocasiões, mostrou-se um crítico perspicaz-, foi capaz de declarar que Carlos Drummond de Andrade era, "quando muito, um "master". Não é um "inventor" [...]. Nunca seria um Pound, nem mesmo um Eliot".

A meu ver, vários equívocos se manifestam nessas proposições, todos devidos à aplicação rígida das classificações de Pound. Elas pressupõem, por exemplo, que Ezra Pound seja indiscutivelmente melhor do que T.S. Eliot. Por quê? Porque Pound se aproximaria mais do paradigma do inventor. Ora, 50 anos depois de Faustino ter feito esse juízo, nada indica que o valor relativo desses dois poetas venha algum dia a ser um ponto pacífico. Eu mesmo, se tivesse que escolher entre os dois, ficaria com Eliot.

Outra pressuposição inaceitável é a de que Drummond jamais estaria à altura de "um Pound" ou de "um Eliot". Como pode Faustino pensar isso? É que Drummond, segundo ele, é um mestre, não um inventor. Mas, para mim, é claro que Drummond era um inventor, um mestre e, às vezes, até um diluidor: e que era capaz de ser tudo isso num só poema. Que grande poema não é simultaneamente uma obra de mestria e de invenção? Drummond foi um dos maiores acontecimentos da poesia do século 20 e, enquanto poeta, não é em nada inferior a Pound ou a Eliot ou a quem quer que seja.

Mas o culto ao inventor é freqüentemente associado ao slogan "make it new", que pode literalmente ser traduzido por "faça-o novo" e, menos literalmente, por "faça o novo". A própria idéia da valorização da novidade não é nova; nem é nova a rejeição a essa idéia. Na Atenas clássica, Isócrates já dizia que o importante não é fazer o mais novo, mas o melhor. Mas hoje ouço ou leio freqüentemente jovens poetas, influenciados por essas idéias, falando em "buscar o novo". Evidentemente, a intenção deles não é, por exemplo, achar alguma obra de arte que acabe de ser feita (logo, que seja nova) e copiá-la. Não: o que querem é achar alguma idéia nova (no sentido de que jamais tenha sido pensada). Ora, não há como buscar uma idéia de que não se tenha idéia nenhuma, e não se pode ter idéia nenhuma de uma idéia que não exista. Não há como buscá-la: uma idéia nova aparece ou não. Por isso, Picasso dizia, com razão: "Não busco, encontro".

No fundo, o problema está na descontextualização do slogan "make it new". Recontextualizando-o, o poeta Haroldo de Campos o interpreta como uma exortação a "remastigar a herança cultural universal para "nutrir o impulso': renovar". A injunção de Pound também deve ser entendida a partir da definição que ele próprio dá da literatura como "news that stays news": novas que permanecem novas; novidades que permanecem novidades. O novo que permanece novo não é simplesmente "o novo", mas aquilo que não envelhece. "Um clássico é um clássico", afirma Pound, com toda razão, "porque possui um certo eterno e irreprimível frescor".

Já os poetas líricos gregos pensavam desse modo. Os poetas épicos haviam considerado as Musas -as deusas que inspiram os poetas- como filhas da Memória. Supõe-se, às vezes, que isso representasse o reconhecimento da importância da memória e da memorização para a poesia oral. Outra hipótese é que esse mito refletisse o fato de que os poemas épicos preservavam a memória de feitos originários da comunidade.

Os poetas líricos, porém, compreenderam que o que preservava a memória dos feitos da comunidade era a memorabilidade dos próprios poemas que cantavam tais feitos. Para eles, o feito mais memorável de todos era, portanto, o próprio poema. A memória da Guerra de Tróia era preservada, não tanto porque fosse, ela mesma, memorável, mas em virtude da memorabilidade do poema que a cantava, a "Ilíada".

Nesse sentido, as Musas eram filhas da Memória porque representavam a fonte da qualidade (divina) que tornava os poemas deles -mesmo quando não tratavam dos "grandes temas", mas apenas, por exemplo, dos seus amores- inesquecíveis, memoráveis, dotados de "eterno e irreprimível frescor". (Grifos do blogueiro)

Artigo de Antonio Cicero publicado na Folha de São Paulo em 25.08.2007.

Guardar e outros poemas de A.C.

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01 outubro 2009

II JORNADA SESC DE ESTUDOS DA POESIA


Auditório Santo Antônio
Bento Gonçalves-RS

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Participo na abertura e no encerramento:

05.10. 2009 - Segunda - 19:30h
BREVE HISTÓRIA DA POESIA OCIDENTAL
Armindo Trevisan e Sidnei Schneider

09.10.2009 - Sexta - 20:30h
O POEMA ENQUANTO OBRA DE ARTE
Antonio Cicero e Sidnei Schneider

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