18 novembro 2012

RESENHA "ANDORINHAS E OUTROS ENGANOS" NA ZERO HORA

Poeta Sidnei Schneider lança livro de ficção

Obra terá lançamento na 58ª Feira do Livro de Porto Alegre

Carlos André Moreira
 
Com uma carreira consolidada como poeta e tradutor, o porto-alegrense Sidnei Schneider estreia na prosa literária com Andorinhas e Outros Enganos, coletânea que reúne 12 contos. O livro mescla trabalhos inéditos com contos já publicados.
Composto por narrativas já editadas em antologias e jornais e abrangendo a produção contística de Schneider desde os anos 1990, o livro não tem uma unidade de tema, e sim três seções com diferenças de estilo e tratamento bem demarcadas. Na primeira, duas histórias sobre mulheres e sexualidade. Destaque para Marie, a dos Gansos, conto no qual uma jovem cega descobre que sua falta de visão pode ter a ver com a precariedade de seu conhecimento sobre a experiência do desejo.
A segunda parte, mais extensa, traz seis contos com um olhar mais masculino, centrado em elementos da própria tradição literária como mote – em mais de um deles, a escrita de um livro está no centro da trama ou o personagem é um escritor. O que pode explicar os ecos de outros autores como Rubem Fonseca, Charles Bukowski e John Fante em algumas das narrativas, sobre experiências do artista na selva urbana. São também as histórias mais carregadas de humor negro e sarcasmo.
Na terceira seção, situam-se as gemas do conjunto. Quatro histórias que parecem costurar o lirismo da primeira parte com o olhar aguçado da segunda, além de apresentarem finais desconcertantes, de inspiração mítica. Que se Danem as Pombas faz de uma caçada a introdução de um garoto no universo adulto – consequentemente, no reino da morte. Uns Pezinhos é não a comédia, mas a tragédia de um erro. Proposta de Casamento troca o urbano pelo rural com um conto de violência e cobiça em campos do interior do Rio Grande. E Pratos é uma delicada reconstrução da jornada de uma família de origem alemã mudando-se das colônias germânicas do Estado para a Capital. Um serviço de pratos passa de geração a geração como signo da herança precária dos migrantes. 

10 outubro 2012

17 OUT: ANDORINHAS E OUTROS ENGANOS

Primeiro livro de contos do poeta
 
Personagens experimentam as consequências de seus enganos. Moça cega enfrenta seus desejos e limites. Outra, pelos bares, narra suas peripécias a estranho. Mulher rica tem inusitado encontro com moradores de ponte. Criança e tio caçador enfrentam situação de vida ou morte. Histórias impactadas pelo cenário urbano ou em meio à natureza. Temática diversa e modos de narrar diferentes. Uma visão crítica e reparadora se acentua no leitor.
 
17 Out, Palavraria (Rua Vasco da Gama, 165, Bom Fim), 19h às 21h.
28 Out, 58ª Feira do Livro Porto Alegre, Praça de Autógrafos, 18h.
 
Apresentação: Márcia Ivana de Lima e Silva
Foto do autor: Leonardo Brasiliense
Arte da capa e design gráfico: Fabriano Rocha
Revisão: Edna Regina Hornes
Produção lançamento: Ana Cristina Gonzales
Fotos lançamento: Julia Cunha
Assessoria de Comunicação: Luciana Thomé

Sidnei Schneider é poeta, tradutor e contista. Publicou Quichiligangues (Dahmer, 2008), Plano de Navegação (Dahmer, 1999) e Versos Singelos – José Martí (SBS, 1997). 1º lugar no Concurso de contos Caio Fernando Abreu, UFRGS (2003), 1º lugar em poesia no Concurso Talentos, UFSM (1995).

14 abril 2012

5ª FESTIPOA LITERÁRIA - 18 a 28 DE ABRIL 2012

11 dias de programação consecutiva,
um de Pré-estreia e outro de Saideira:
Arte Fabriano Rocha

MINHAS PARTICIPAÇÕES:

DIA 19/04 – 5ª feira - 18h30 e 20h30
Santander Cultural
LANÇAMENTO DA REVISTA URBE

18h30 - Sala Multiuso: Debate com os articulistas Daniel Caminha, Leo Felipe, Sidnei Schneider e Paula Visoná, mediados por Gabriela Silva.
20h30 - Restaurante Moeda - Lançamento da Revista Urbe 2 (distribuição gratuita)
Edição e organização: Vitor Mesquita.

DIA 27/04 – 6ª feira - 20h e 21h30
Casa de Cultura Mario Quintana/Auditório Luis Cosme (4º andar)
20h - CENTENÁRIO DO "EU" DE AUGUSTO DOS ANJOS

Com Paulo Seben, Jaime Medeiros Jr., Sidnei Schneider e Ana Tattamanzy
21h30 - LANÇAMENTO DE "MORADAS DE ORFEU" (poetas do RS, SC, PR), coletânea organizada por Marco Vasques, com cerca de 10 poemas de cada poeta.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

PRÉ-ESTREIA DA FESTIPOA LITERÁRIA 2012 
Casa de Cultura Mario Quintana/Jardim Lutzenberger (5º andar)
31 DE MARÇO/SÁBADO
16h – A plenos pulmões
TÂNIA RÖSING, SÉRGIO VAZ e MARCELINO FREIRE
18h – O prazer da poesia
MARTHA MEDEIROS e MARINA COLASANTI. Mediação: MARIA REZENDE
20h - Lançamento de Amar é crime (Marcelino Freire). Lançamento da plaquete Livro leve livre (com Vale das tílias, um conto de Ivo Bender) e jornal “Vaia” (edição especial)

Goethe Institut/Galeria
12 DE ABRIL/QUINTA
19h - Sarau erótico: um prazer literário.
Paula Taitelbaum, Cirandar Ong e escritores convidados. Promoção: Biblioteca Goethe Institut e Cirandar.

DIA 18/04 – 4ª feira
Casa de Cultura Mario Quintana/Biblioteca Lucília Minssen (5º andar)
De 10 às 18h - Literatura infantil
FESTINHA CIDADE POEMA: DILAN CAMARGO, LAIS CHAFFE, SANDRA SANTOS, CELSO SISTO e ALEXANDRE BRITO
Literatura infanto-juvenil
CHRISTINA DIAS, LAURA CASTILHOS e ANA TERRA

Ocidente
18h30 - DIONES CAMARGO, TATATA PIMENTEL e REGINA ZILBERMAN conversam com IVO BENDER (escritor homenageado da FestiPoa)
20h30 – Leitura dramática em homenagem a Ivo Bender

DIA 19/04 – 5ª feira
Casa de Cultura Mario Quintana/Auditório Luis Cosme (4º andar)
18h30 – A produção literária brasileira contemporânea
BEATRIZ RESENDE e ITALO MORICONI. Mediação: PAULO SCOTT
20h – JOCA REINERS TERRON conversa com SÉRGIO SANTANNA E CÉSAR AIRA

DIA 20/04 – 6ª feira
Casa de Cultura Mario Quintana/Auditório Luis Cosme (4º andar)
18h30 – Escolhas
RAMON MELLO entrevista HELOISA BUARQUE DE HOLLANDA.
20h - Conficções
JULIANA AMATO e MANOELA SAWITZKI. Mediação: RODRIGO ROSP

Espaço cultural Sintrajufe-RS
22h – Sexta Básica
Leituras, performance e show: IRACEMA MACEDO, RAMON MELLO, GABRIEL PARDAL, MARIA REZENDE e “ESCRETE: CHICO BUARQUE” (show: Antônio Carlos Falcão, Alexandre Missel e Jorge Furtado)

DIA 21/04 – sábado
Palavraria 
11h – A produção literária latino-americana contemporânea
CRISTIAN DE NAPOLI e KARINA LUCENA. Mediação: RUBÉN DANIEL
14h24 – Leitura A melhor maneira de dizer tudo em 6 minutos: LEILA TEIXEIRA
14h30 – Estudos para o corpo da linguagem
ISMAEL CANEPPELE e FABRICIO CORSALETTI. Mediação: GUTO LEITE.

Casa de Teatro
17h – Poesia: humor: liberdade: linguagem
DIEGO GRANDO e GABRIEL PARDAL. Mediação: DIEGO PETRARCA
19h - Lançamentos: Carnavália (Gabriel Pardal), Sétima do singular (Diego Grando) e Correnteza e escombros (Olavo Amaral)
19h54 – Leitura A melhor maneira de dizer tudo em 6 minutos: RAMON MELLO
20h – Leituras: FABRÍCIO CORSALETTI, CRISTIAN DE NÁPOLI e ANGÉLICA FREITAS

DIA 22/04 - domingo
Palavraria
14h30 – Narrativas breves, fantásticas e reais
HENRIQUE SCHNEIDER e OLAVO AMARAL. Mediação: LEILA TEIXEIRA
16h30 – Identidade: ficção, esquecimento e memória
PEDRO MACIEL e ALTAIR MARTINS. Mediação: LUCIANA THOMÉ
Lançamento: Previsões de um cego (Pedro Maciel)
18h24 – Leitura A melhor maneira de dizer tudo em 6 minutos: CRISTINA MACEDO lê poemas de SILVIA PLATH
18h30 - Literatura se faz na universidade?
CAROL BENSIMON, LUÍS ROBERTO AMABILE. Mediação: AUGUSTO PAIM
20h30 – Recital de poesia
Alunos da oficina Bem dita palavra, ministrada por MARIA REZENDE.

DIA 23/04 – 2ª feira
Casa de Cultura Mario Quintana/Mezanino
17 às 22h – Noite do livro e da literatura - O tempo e o vento: leituras do livro pelo público e gravação de vídeos das leituras, celebrando 50 anos de publicação do romance.
Casa de Cultura Mario Quintana/Mezanino
18h30 – Gazzara
RAFAEL COUTINHO, RAFAEL SICA e SANTIAGO debatem a produção de HQs e cartuns. Mediação: MOAH
Lançamento do livro e da exposição Gazzara

Casa de Cultura Mario Quintana/Teatro Carlos Carvalho 
20h – Leitura dramática da peça O tempo sem ponteiros (Diones Camargo). Direção: Diones Camargo. Elenco: Elisa Brites, Clemente Viscaino, Fabrizio Gorziza, Renata Stein e Francine Kliemann

CCMario Quintana/Mezanino 
21h - Tanka!? - leitura e projeção de textos: BANDO HOBURACO
21h24 - Leitura A melhor maneira de dizer tudo em 6 minutos: ROSANE PEREIRA
21h30 - Performance Ontolombrologia sertaneja: ode aos vates: GABRIELLE VITÓRIA

DIA 24/04 – 3ª feira
Goethe Institut/Auditório
20h – Leitura dramática de Quem roubou meu anabela? (Ivo Bender). Direção: Marcelo Adams. Elenco: Gisela Habeyche, Margarida Leoni Peixoto, Marcelo Adams e Pedro Antunes. Iluminação: Shirley Rosário.
21h - A dramaturgia e a ficção de Ivo Bender
MARCELO ADAMS e LÉA MASINA.

DIA 25/04 – 4ª feira
Ocidente
18h30 – Memória e literatura
IVAN IZQUIERDO e ARMINDO TREVISAN. Mediação: ALTAIR MARTINS
20h – Ulysses, de James Joyce
CAETANO GALINDO e AGUINALDO SEVERINO
22h – Show RONALD AUGUSTO TRIO

DIA 26/04 – 5ª feira
Sala II do Salão de Atos da UFRGS (Campus Central)
19h – Núcleo da Canção
LUIZ TATIT e LUIS AUGUSTO FISCHER
21h – As vozes da poesia e da canção
ADEMIR ASSUNÇÃO entrevista NEI LISBOA

DIA 27/04 – 6ª feira
Casa de Cultura Mario Quintana/Auditório Luis Cosme (4º andar)
18h30 – Operário do precário
ANTONIO CARLOS SECCHIN e RICARDO SILVESTRIN conversam sobre produção poética e leitura de poesia.
Lançamento: Memórias de um leitor de poesia (Antonio Secchin)
20h30 – Homenagem ao centenário de publicação de “Eu” (Augusto dos Anjos)
JAIME MEDEIROS JR, PAULO SEBEN, SIDNEI SCHNEIDER e ANA TETTAMANZY.
22h – Eletropoeteria - performance poética-musical: LUCAS REIS GONÇALVES e DADO VARGAS
Lançamento: Moradas de Orfeu (poetas do RS, SC e PR), organizada por MARCO VASQUES

DIA 28/04 - sábado
Casa de Cultura Mario Quintana/Auditório Luis Cosme (4º andar)
10h30 – A consciência da crítica literária brasileira
MIGUEL SANCHES NETO e JOÃO CEZAR DE CASTRO ROCHA. Mediação: CARLOS ANDRÉ MOREIRA
Lançamento: Exercícios críticos (João Cezar de Castro Rocha)

Casa de Cultura Mario Quintana/Mezanino
15h - Drummond: três retratos, um poeta
LÍVIA LOPES BARBOSA.
16h – Lançamento: A voz do ventríloquo (Ademir Assunção)
18h - Livro ao vivo. Leitura de poesia: ANDRÉIA LAIMER, DIEGO PETRARCA, LORENZO RIBAS e RODOLFO RIBAS
18h24 - Leitura A melhor maneira de dizer tudo em 6 minutos: EVERTON BEHENCK
18h30 – Desde que o samba é samba PAULO LINS e FABIANA COZZA conversam sobre samba e poesia. Mediação: MARCELINO FREIRE
20h30 – Show de HENRY LENTINO QUARTETO
21h30 - Festa de encerramento
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

OFICINAS
DIAS 19 E 20 (das 16h às 19h): OFICINA “Roberto Bolaño”, ministrada por CRISTIAN DE NÁPOLI
DIAS 20, 21 e 22 (das 16 às 20h): OFICINA “Bem dita palavra”, ministrada por MARIA REZENDE
Local: Casa de Cultura Mario Quintana
DIA 18 (de 15h às 16h30): “Poetar” – Oficina de Produção de Textos Poéticos, direcionada ao público infantil e ministrada por CELSO SISTO
Oficina a partir de brincadeiras com a escrita.
Local: Casa de Cultura Mario Quintana – Biblioteca Lucília Minssen
EXIBIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO "WILSON MARTINS – A CONSCIÊNCIA DA CRÍTICA” (Direção: Douglas Machado)
DE 17 a 25/04
Local: Cinebancários

NOSSA VIDA NÃO VALE UM CHEVROLET
Texto: Mario Bortolotto
Direção: Adriane Mottola. Produção: Morgana Kretzmann
Elenco: Morgana Kretzmann, Rafael Guerra, Plinio Marcos, Fernanda Petit, Guilherme Zanella, Cassiano Ranzolin, Eduardo Cardoso, Carlos Azevedo.
Músicas: Nei Lisboa e Mario Bortolotto.
Datas: 20/21/22 e 27/28/29 de abril, às 20h (bar aberto a partir das 19h). Temporada de 30/03 a 29 de abril (sextas a domingos)
Local: Centro Cenotécnico (Voluntários da Pátria, 1370)
Estacionamento com segurança no local.
A peça faz parte do projeto Universo Bortolotto, prêmios FUMPROARTE E FUNARTE 2011.

SAIDEIRA
Casa de Cultura Mario Quintana/Auditório Luis Cosme (4º andar)
07 DE MAIO
18h30 - Premiação dos vencedores do concurso "Imagens da ficção"
20h30 - LUIS FERNANDO VERISSIMO e MÁRIO PRATA conversam sobre humor e crônica. Mediação: CLÁUDIA LAITANO

Site: http://www.festipoaliteraria.com/index2.php

Folder: http://issuu.com/festipoa/docs/folder_festipoa_2012_para_confer_ncia__1_?mode=window&backgroundColor=%23222222

Blogue: http://festipoaliteraria.blogspot.com.br

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30 janeiro 2012

PREFÁCIO DE "A FLOR DENTRO DA ÁRVORE"

A reinvenção de Bárbara Lia:
não vim quebrar as pernas do sol

       Se você está aqui, amigo leitor, devido ao bonito título desse novo livro da poeta e romancista Bárbara Lia, Uma flor dentro da árvore, saiba que a mim ele atraiu. Uma coisa dentro da outra, de múltiplos sentidos, nesse caso também define a concepção do volume. A partir da leitura da epígrafe da poeta Emily Dickinson (1830-1886), que inaugurou junto com  Walt Whitman a moderna poesia norte-americana, o leitor pode desconfiar que os títulos dos poemas, sempre entre aspas, sejam versos, ramos de Emily, e se o faz, acerta em cheio.
     O que nos poetas costuma ser um dos rostos do acaso, parir versos a partir de um trecho de leitura, Bárbara sistematiza, poema a poema, e com voz própria. Emily, assim, figura como uma paixão inseminadora. Não que seja a única: poetas, escritores, músicos, artistas plásticos, filósofos, seres míticos e ficcionais são citados, como se de todos a poeta e a obra necessitassem para existir.
       Com voz forte e corajosa, Bárbara diz a que veio: “Não nasci para resfriar o mundo/ Neste lento cortejo de omissões/ (...) Não vim quebrar as pernas do sol/ (...) Nasci para amar sem lastro/ Para dançar no pátio/ It’s my way” (“Até que os serafins acenem com seus chapéus brancos”). E pugna pela transparência diante do outro: “Teço/ Um ego-vidraça/ Para que enxergues/ Meu Eu// Teço/ Uma nuvem lassa/ Cortina que qualquer mão/ Atravessa// Teço/ Um hímen de fumaça” (“Uma migalha de mim”).
       Bárbara dá a ver como um mero sinal impacta: “Til a til emenda-dos/ Sinuosa corda/ Negra/ Infinita// (...) Til a til retirados/ De cada não/ Que ouvi na vida”. Contudo, a voz lírica não se submete: “De não em não/ Alçar estrelas” (“Rota de Evanescência”). Longe de convocar o leitor a olhar apenas para dentro, trata de “ruas bombardeadas” e “oito países/ a comandar a Terra” (“Sinal cifrado para enovelar o divino”), evocando poeticamente invasões de países como Somália, Iugoslávia, Iraque, Afeganistão e Líbia: “Oito canhões na praça de guerra/ Apontam para o peixe/ Que traz a paz nas guelras” (“Doce como o massacre de sóis”).
       Se o seu nome, sua identidade vital e poética, se constrói não só da própria experiência mas da de muitos, especialmente artistas, o pai é quem a nomeia: “Meu pai amava/ A amada do poeta”. Então somos levados a Minas de Tiradentes, Drummond, Guimarães, Adélia, Milton, e à realidade do interior do Brasil através da letra de “Cuitelinho”, nome dado ao beija-flor em canção popular reconstruída por Paulo Vanzolini. O que nos autoriza a pensar que o nome Bárbara relaciona-se com o da brava inconfidente Bárbara Heliodora, tema de liras do seu esposo, o árcade mineiro Alvarenga Peixoto, autor de “Bárbara bela,/ Do norte estrela,/ Que o meu destino/ Sabes guiar”. Versos como “Meu pai plantou-me/ Em Minas”, sendo Bárbara Lia de Assaí-PR, sustentam essa recepção. Observe mais uma vez o leitor, que tudo nasce de um verso de Emily, título do poema (“Toquei seu berço silencioso”). Em outro, o nome ecoa transmudado: “O tosco me agride/ Tudo o que é rude/ Um passo atrás/ A cada farpa/ A cada sílaba bárbara” (“Remando no Éden”). Em suma, se o pai nomeou-a poeta, atribuiu-lhe ainda um nome-verso, Bárbara Lia.
       A poesia, reconhece ela, não se dá sem riscos: “Não olhes o sol/ A olho nu// Isto se chama/ Violentar a Deus// Irado, Ele abrirá/ Escaras em tua retina// Abrirá o portal/ Do abismo// Para cegar teu olhar/ Que ousa afrontar// A Luz!” (“Escanear os céus com um ar suspeito”). E assim, Bárbara alcança realizar sua obra, “Arco-íris na retina/ Uma luz difusa/ Uma musa?/ Emily.../ Ninguém mais” (“Remando no Éden”).
       Sidnei Schneider,  Abril-2011.

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12 janeiro 2012

SOBRE ALGUMA POESIA CONTEMPORÂNEA

Texto do poeta-crítico Paulo Franchetti, de uma lucidez impressionante, que merece ser lido na íntegra:

Teci algum reparo divulgado via Facebook, pequeno diante de tanto acerto, que recebeu um amável curtir do próprio Franchetti:

Penso que o artigo de Paulo Franchetti é bom, traz questões chaves com muita propriedade e incita ao debate. Vou abordar uma dissonância quanto ao meu modo de ver, concordando no essencial. Claro que não existe objetivismo nem subjetivismo puro: muito do “objetivismo” atual é tão distante  do mundo objetivo e das relações humanas reais que atinge facilmente o solipsismo, sem a menor consciência disso. No entanto, não creio que se possa voltar atrás e retomar algo do confessionalismo, uma das soluções aventadas, pelo menos enquanto eixo principal da poesia. Há espaço para isso e “pressão” de público ávido, Carpinejar que o diga, mas não creio que avançaremos por esse caminho.

Paulo Henriques Brito e Antonio Cicero sentiram essa pressão e revidaram. Talvez Cabral tenha sido mais elegante e menos satírico, mas não penso que o tom da oposição seja o problema, nem mesmo as diferenças de contexto. A poesia que merece ser escrita e lida, para a qual deveríamos apontar nossos esforços, como sugere o artigo, não teria algo a ver com a sua maior ou menor conexão com a realidade? Com, não uma realidade parada, mas o seu andamento e os seres humanos que se movem nela? Qual é o parâmetro de verdade ou do eticamente válido, como quer Franchetti, por mais fantasioso que seja o poema, senão o que podemos apreender, ainda que insuficientemente, do real?

Uma poesia com esse parâmetro, com formas e modos capazes de o expressar, não atenderia a necessidades do leitor atual? Não o aproximaria do gênero, mesmo que para tanto um bom combate com o tempo tivesse que se travar para a sua disseminação? E a poesia, não é ela um canal privilegiado para isso? Sei, falar é mais fácil do que fazer, mas não somos, nós poetas, os “fazedores”? Muito bom ler um poeta atual tratando da função da poesia. Valeu, Franchetti!

Sidnei Schneider

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11 dezembro 2011

O ENREDO É IMPORTANTE? por Luis Bras*

O enredo voltou ao debate. O pobre e desvalorizado enredo.

As categorias da ficção são basicamente cinco: linguagem (considerando também o foco narrativo), personagem (o protagonista ou o narrador-protagonista ou os muitos personagens centrais, se houver mais de um), enredo, espaço e tempo.

Para muitos escritores e críticos as duas primeiras categorias — linguagem e personagem — são as mais importantes, sendo a menos importante o enredo. Quando a gente pensa em romances como Em busca do tempo perdido (de 1913 a 1927, Marcel Proust), Ulisses (1922, James Joyce), Senhora Dalloway (1925, Virginia Woolf), Berlin Alexanderplatz (1929, Alfred Döblin), Enquanto agonizo (1930, William Faulkner) e Catatau (1975, Paulo Leminski), a gente está pensando em romances de personagens e linguagem complexos, porém de enredo simples.

O oposto disso, o ponto extremo, são os romances de enredo complexo e personagens e linguagem simples. Nesse ponto extremo costumam ser colocados romances como O conde de Monte Cristo (1844, Alexandre Dumas), O senhor dos anéis (1954, J. R. R. Tolkien), Solaris (1961, Stanislaw Lem), Stalker (1971, Boris e Arkady Strugatsky), Lanark (1981, Alasdair Gray), A guerra dos tronos (1996, George R. R. Martin). A crítica especializada costuma rotular pejorativamente esses livros. Eles são classificados como literatura de entretenimento.

O enredo parece ser o inimigo público número um dos escritores que desejam ingressar no seleto time da alta literatura, da literatura sofisticada. No equilíbrio das categorias ficcionais, ele jamais pode sobressair, ele jamais pode suplantar o personagem e a linguagem, se o ficcionista deseja realmente produzir uma obra de arte. Essa é uma certeza da maioria dos autores e da crítica contemporâneos.

Mas a supervalorização da linguagem e a desvalorização do enredo é uma proposta modernista. Essa proposta tem a ver com o antigo sistema de crenças chamado esteticismo, ou arte pela arte. Hoje essa proposta virou uma armadilha.

Isso não significa que o seu oposto, a supervalorização do enredo, é o mais desejável. Essa é outra armadilha, análoga à primeira.

Pra mim, como autor e principalmente leitor, os extremos são pouco atraentes. Eu tenho procurado o meio termo: uma linguagem interessante a serviço de um enredo interessante. Hoje, no romance e no conto, eu não abro mão de uma boa trama conduzida, é claro, por uma linguagem consistente. Nessa larga região fronteiriça eu costumo colocar romances como Grande sertão: veredas (1956, Guimarães Rosa), Cem anos de solidão (1967, Gabriel García Márquez) e Neuromancer (1984, William Gibson).

* Parte 1 de TRÊS PROVOCAÇÕES PARA EXCITAR O FOGO: O enredo é importante? Há falta ou excesso de bons livros? Quais mundos estão à espera dos escritores? - Jornal Rascunho, Curitiba, Nov. 2011, p 16. Luiz Bras é pseudônimo do escritor Nelson de Oliveira.

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30 novembro 2011

MINIMETRAGENS CIDADE POEMA


Prometeu - Cidade Poema e Sidnei Schneider from Laís Chaffe on Vimeo.


Ei - Cidade Poema e Paulo Seben from Laís Chaffe on YouTube


Haicais - Cidade Poema, Alexandre Brito e Ricardo Silvestrin from Laís Chaffe on Vimeo.


Vampira - Cidade Poema e Telma Scherer from Laís Chaffe on Vimeo.


A força de não ter força - Cidade Poema e Maria Carpi from Laís Chaffe on Vimeo.


Poema com todos os vícios - Cidade Poema e Celso Gutfreind from Laís Chaffe on Vimeo.


79 modelo 80 - Cidade Poema e Ricardo Silvestrin from Laís Chaffe on Vimeo.

Direção: Laís Chaffe
Música: Beto Chedid
Direção de fotografia: Rodinério da Rosa
Edição: Tiago Demaman
Direção de produção: Kika Lisboa. 

Em 2009, vários poetas gravaram poemas seus ou de autores que admiram para o projeto Cidade Poema (cidadepoema.com). Parte das gravações foi editada em minimetragens com cerca de 30 segundos, exibidos em salas do Cinesystem do Shopping Total de Porto Alegre, acompanhando as sessões diariamente, durante um mês. Vistos também no Cine Bancários, em sessões especiais na Feira do Livro de Porto Alegre e acompanhando exposição de fotos e ilustrações na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O projeto Cidade Poema, que se articula através de diversas mídias, é dirigido pela poeta, ficcionista e cineasta Laís Chaffe.

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17 novembro 2011

MORADAS DE ORFEU: POETAS DO SUL DO BRASIL


Moradas de Orfeu é uma antologia de 59 poetas do sul do Brasil, organizada pelo poeta e crítico de teatro e literatura Marco Vasques, da qual participo. Com vários poemas de cada autor, o volume tem 650 páginas. Trata-se da reunião das novas vozes poéticas de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul. Moradas de Orfeu foi editado com recursos públicos via Lei Rouanet e tem como patrocinadores a Celesc e a Eletrosul. O lançamento foi em Florianópolis, dia 08/11/2011. Em Porto Alegre e Curitiba, será em 2012.
Poetas presentes na antologia

RIO GRANDE DO SUL
Carlos Besen, Celso Gutfreind, Claudio Cruz, Deise Beier, Denise de Freitas, Diego Petrarca, Guto Leite, Jaime Medeiros Jr., Jaime Vaz Brasil, Jorge Bucksdricker, Lau Siqueira, Marco de Menezes, Paulo Scott, Rafael Carvalho Meireles, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Ronaldo Machado, Sidnei Schneider, Telma Scherer e Vitor Biasoli

SANTA CATARINA
Alckmar dos Santos, Antonio Carlos Floriano, Bento Nascimento, Cristiano Moreira, Dennis Radünz, Fernando José Karl, Heron Moura, Marcelo Steil, Marinaldo da Silva e Silva, Mauro Faccioni Filho, Mauro Galvão, Patrícia Hoffmann, Ramone Abreu Amado, Raquel Stolf, Renato Tapado, Rubens da Cunha, Ryana Gabech, Valdemir Klamt, Vicente Cechelero e Vinícius Alves

PARANÁ
Ademir Assunção, Ademir Demarchi, Adriano Smaniotto, Beatriz Bajo, Edson Falcão, Fernando Koproski, Jussara Salazar, Karen Debértolis, Luci Collin, Marcelo Sandmann, Marcio Davie Claudino, Marco Aurélio Cremasco, Marcos Losnak, Marcos Prado, Mario Domingues, Ricardo Corona, Rodrigo Garcia Lopes, Rodrigo Madeira e Vinícius Lima

Moradas de Orfeu, org. Marco Vasques, Florianópolis: Letras Contemporâneas, 650 p.

Dossiê Osíris: ainda na ocasião, Marco Vasques e Rubens da Cunha lançaram o primeiro dossiê em formato livro da revista homônima, acerca do escritor Péricles Prado.

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19 outubro 2011

SPORT CLUB LITERATURA

O Sport Club Literatura, pilotado pela Lu Thomé no StudioClio, é finalista do Fato Literário 2011. Ontem, participei da 4ª edição como juiz debatedor, junto com o poeta e professor Marlon de Almeida, e os professores Camila Gonzatto e Pedro Mandagará. O meu jogo era um clássico: Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, versus Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. A poeta "amiga das coisas fugidias", foi longe na pesquisa histórica, na contundência e na elaboração formal do seu livro. Escrito na década de 40 e publicado em 1953, durante a chamada Era Vargas, quando o Brasil decidia se seria um país independente, industrializado e democrático ou submetido aos interesses coloniais de Wall Streat (ainda hoje), ela resgatou os primórdios da luta pela liberdade e independência. A delicada Cecília não deixou por menos a prospecção dos traidores, delatores e falsas testemunhas.

Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério

Melhor negócio que Judas
fazes tu, Joaquim Silvério:
que ele traiu Jesus Cristo,
tu trais um simples Alferes.
Recebeu trinta dinheiros…
— e tu muitas coisas pedes:
pensão para toda a vida,
perdão para quanto deves,
comenda para o pescoço,
honras, glórias, privilégios.
E andas tão bem na cobrança
que quase tudo recebes!

Melhor negócio que Judas
fazes tu, Joaquim Silvério!
Pois ele encontra remorso,
coisa que não te acomete.
Ele topa uma figueira,
tu calmamente envelheces,
orgulhoso e impenitente,
com teus sombrios mistérios.
(Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
há os grandes sonhos dos homens,
e a surda força dos vermes.)

Cecília Meireles

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29 setembro 2011

GUY GOFFETTE

Um poema abordado na oficina de criação poética, com a qual participei da 3ª Jornada de Poesia Moderna da PUC-RS, caiu no gosto dos presentes e foi divulgado através das redes sociais. Como antes já estava na internet, reproduzo-o aqui, agradecendo à poeta Marceli  Andresa Becker que o me enviou em 2010.


EXPECTATIVA

Se vens para ficar, diz ela, então não fales.
Já é bastante a chuva, o vento sob as telhas,
é bastante o silêncio que os móveis entulham
como poeira desde há séculos sem ti.

Não fales por enquanto. Escuta o que me foi
gume na carne: cada passo, um riso ao longe,
o latir do cachorro, a porteira a bater
e esse trem que nunca acaba de passar

sobre os meus ossos. Fica sem palavras: nada
a dizer. Deixa a chuva voltar a ser chuva
e o vento essa maré por sob as telhas, deixa

o cão gritar seu nome na noite, a porteira
bater, ir-se o desconhecido ao lugar nulo em
que vou morrer. Fica se vens para ficar.

Guy Goffette, Bélgica, 1947. Trad. Mário Laranjeira.
Poetas da França hoje: 1945-1995, São Paulo, Edusp, 1996, p. 426. (o poema é apresentado sem título). Attente: 1. (général) expectativa (f); suspense (m); espera (f)  2. (temps) espera (f); tempo de espera.


L'ATTENTE

Si tu viens pour rester, dit-elle, ne parle pas.
Il suffit de la pluie et du vent sur les tuiles,
il suffit du silence que les meubles entassent
comme poussière depuis des siècles sans toi.

Ne parle pas encore. Écoute ce qui fut
lame dans ma chair : chaque pas, un rire au loin,
l’aboiement du cabot, la portière qui claque
et ce train qui n’en finit pas de passer

sur mes os. Reste sans paroles : il n’y a rien
à dire. Laisse la pluie redevenir la pluie
et le vent cette marée sous les tuiles, laisse

le chien crier son nom dans la nuit, la portière
claquer, s’en aller l’inconnu en ce lieu nul
où je mourais. Reste si tu viens pour rester.

Guy Goffette
L’attente, I, La Vie promise, Éditions Gallimard, 1991 ; in Éloge pour une cuisine de province, Éditions Gallimard, Collection Poésie, 2000, p. 237.

21 setembro 2011

III JORNADA DE POESIA MODERNA PUC-RS

Participo dia 22/09 (quinta), com uma oficina de criação poética (relâmpago), na PUC-RS, a partir das 9 horas da manhã, e no encerramento, dia 23, com lançamento de livros. Programação completa abaixo:
Clique na imagem para ampliar
e então mais uma vez

Comissão organizadora
Prof. Dr. Ana Maria Lisboa de Mello
Prof. Dr. Sissa Jacoby
Prof. Dr. Ricardo Barberena
Anna Faedrich Martins (Doutoranda/PUCRS)
Camila Doval (Mestranda/PUCRS)
Joseane Camargo (Mestranda/PUCRS)
Mires Batista Bender (Doutoranda/PUCRS)
Paloma Laitano (Doutoranda/PUCRS

01 setembro 2011

EXPOSIÇÃO 1ª PESSOA: PESSOAS

EXPOSIÇÃO 1ª PESSOA: PESSOAS
Sidnei Schneider
O verbo ser não existe em algumas línguas. Para os seus falantes a ideia de “eu sou” é estranha. O que seria a identidade, então? O relativo ao que em nós é estanque ou ao que se constrói ao longo da vida? Compartilhamento da cultura grupal, que em grande parte a define? Algo perceptível somente em relação ao outro, ao que é diferente de mim? Um espelho que nos conhece e que desconhecemos?

A palavra pessoa,derivada do latim persona, aludia à máscara através da qual a voz do ator soava. No nascedouro, portanto, referia-se a um personagem, distinto do eu. O poeta Arthur Rimbaud disse-o de modo contundente: “Eu é um outro”. O euconstituindo-se através das identificações e dos significantes que vem do outro, segundo a psicanálise.


A contradição interna originou a ideia do duplo, com Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de Stevenson, os dois William Wilson, de Poe, Borges e eu, do próprio. Mário de Andrade foi além: “Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta”. Walt Whitman pretendeu incorporar a todos num paradoxal Canto a mim mesmo: “Eu me contradigo?/ Muito bem, eu me contradigo,/ (Eu sou amplo, abrigo multidões)”.

Constituímo-nos de relações desde que começamos a escorregar por um túnel de úteros há milhões de anos: “quem não tenha necessidade dos outros homens... se não é deus, é um animal”, apontou Aristóteles. Ideias ou vontades nos definem menos do que atos. Para o artista, a ação mais importante está na arte que produz. É o que vinte e uma pessoas, para além da reunião das suas individualidades, oferecem aqui.


Apresentação da Exposição 1ª Pessoa: Pessoas. Clique no convite.

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24 agosto 2011

CABARET DO VERBO
















25/08

19h às 22h

Casa de Cultura Mario Quintana

Traga sua caneca!



Exposição: Marcelo Monteiro
– artista de xilogravura, litografia, monotipia, pintura, desenho, fotografia, vídeo e ilustração.

http://artemarcelomonteiro.blogspot.com/


Show: Tamanco no Samba - grupo só de mulheres, com Thá Gonzalez – violão, voz, Ellen Martins – cavaquinho, ganzá, voz, Thayan Martins – pandeiro, cubana, tamborim, agogô, Karol Concórdia – cubana, pandeiro, tamborim, agogô, Gutcha Ramil – percussão, voz, Pâmela Amaro – cavaquinho, percussão, voz, Raquel Albuquerque – surdo.
http://tamanconosamba.blogspot.com


Poesia: Sidnei Schneider - poeta, tradutor e contista. Autor dos livros de poesia Quichiligangues (Dahmer, 2008), Plano de Navegação (Dahmer, 1999).
http://umbigodolago.blogspot.com


Teatro: Cia. Circular – com as atrizes, Ekin e Melissa Dornelles, que há doze anos cultivam 3 pilares: Montagens Cênicas, Arte Educação e Núcleo de Palhaços.
http://ciacircularpoa.blogspot.com


Circo: Cia. de Profissão Circo - circo e teatro, com Pablo Perez, como Pichacha & Karine Rico, como KK.
www.palimpalem.com/2/deprofissaocirco


Malabarismo: Soto – malabarista, artista circense e artista de rua.


Lançamento da Buraco do Cabaré, galeria ao ar livre, na CCMQ, com Marcelo Monteiro.


Parceiros:
Vai! Cia de Teatro, Rádio Web Putzgrila e Cachaça Benzadeus. Apoio: Casa de Cultura Mário Quintana, Associação de Amigos da CCMQ e Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul. Produção Cabaré do Verbo: Cris Cubas, Natália Bandeira, Fernando Ramos & equipe. www.cabaredoverbo.blogspot.com

23 agosto 2011

POEMAS EM FEIJÕES

A artista plástica Rosane Morais escreveu nossos poemas em feijões, para a comemoração dos 73 anos da Associação Riograndense de Artes Plásticas Chico Lisboa.

14 julho 2011

POESIA NO PICO DA TECNOLOGIA





CODIGO COLETIVO: projeção de poemas em QR CODE
Exposição/Projeção de poemas em QR Code
Instalação de Sandra Santos, parceria CIDADE POEMA, Laís Chaffe.
Reúne cerca de 100 poetas brasileiros e estrangeiros.

Poetas que participam da exposição:

Ademir Antonio Bacca - Ademir Assunção - Ademir Demarchi - Alberto Al-Chaer -Alexandre Brito - Allan Vidigal - Alma Welt - Alvaro Posselt - Ana Melo - Andrea Del Fuego -Andreia Laimer - Antonio Carlos Secchin - Armindo Trevisan - Astier Basilio - Augusto Bier - Barbara Lia - Barreto Poeta - Carlos Seabra - Celso Santana - Claudio Daniel - Cristina Desouza - Cristina Macedo - Diego Grando - Diego Petrarca - Dilan Camargo - E. M. De Melo e Castro - Edson Cruz - Eduardo Tornaghi - Elson Fróes - Estrela Ruiz Leminski – Fabio Bruggmann - Fabio Godoh - Fabricio Carpinejar - Floriano Martins - Frank Jorge - Frederico Barbosa - Gilberto Wallace Battilana - Glauco Mattoso - Gustavo Dourado - Hugo Pontes - Igor Fagundes - Isabel Alamar - Jacqeline Aisenman - Jiddu Saldanha - José Aluisio Bahia - José Antônio Silva - José Inácio Vieira de Melo - José Geraldo Neres - Juliana Meira - Jurema Barreto de Sousa - Laís Chaffe - Lau Siqueira - Leo Lobos - Leonardo Brasiliense - Liana Timm - Lucia Santos - Luis Serguilha - Luis Turiba - Luiz de Miranda - Mano Melo - Marcelo Ariel - Marcelo Moraes Caetano - Marcelo Soriano - Marcelo Spalding - Marcilio Medeiros - Marco Celso Ruffel Viola - Mario Pirata - Marko Andrade - Muryel de Zoppa - Nei Duclós - Nicolas Behr - Nydia Bonetti -Orlando Bona Fº - Paco Cac - Paula Taitelbaum - Paulo de Toledo - Paulo Henrique Frias - Paulo Prates Jr - Pedro Stiehl - Regina Mello - Renato de Mattos Motta - Ricardo Mainieri - Ricardo Portugal - Ricardo Pozzo - Ricardo Silvestrin - Rodrigo Garcia Lopes - Rogerio Santos - Romério Rômulo -Ronaldo Werneck - Sandra Santos - Sidnei Schneider - Silas Correa Leite - Suzanna Busatto - Talis Andrade - Tchello de Barros - Telma Scherer - Tulio Henrique Pereira -Valeria Tarelho - Wasil Sacharuk -Wender Montenegro - Wilmar Silva

CODIGO COLETIVO: projeção de poemas em QR CODE
Local: Castelinho do Alto da Bronze, Centro Histórico de Porto Alegre.
Quando: de 15 a 25 de Julho de 2011

Sobre QR CODE: Foi desenvolvido em 1994 pela empresa japonesa Denso-Wave, para identificação de peças de automóveis. Trata-se de um código de barras 2D que pode armazenar caracteres numéricos, alfa-numéricos, binários, kanji (alfabeto japonês). Os dados podem ser acessados, decodificados, através de dispositivos móveis equipados com câmeras e com um leitor QR compatível. Desta forma é possível ler um trecho de texto, uma mensagem sms ou ser redirecionado por um link a um site de conteúdo publicado na web, como este aqui.

Para seu celular ler código QR, instale o programa. Muitos celulares são compatíveis com o KaywaReader (gratuito). Uma dica: ao baixar o aplicativo java, instale primeiro o arquivo KaywaReader.jad, para não dar ‘error’. Após instalar, acesse o ícone do aplicativo, aproxime o celular da imagem, dê ok e verifique se começa o escaneamento da imagem pelo programa (duas linhas, uma linha vertical e outra horizontal, se movimentando na tela), se depois disso acusar mensagem de ‘error’, tente encontrar o ângulo correto para fotografar.

Celulares iPhone podem instalar o aplicativo Qrafter na própria App Store da Apple. Há outros programas na web, como o Bee Tagg, I-nigma, ou Barcode Reader. Verifique sempre a compatibildade com seu modelo de celular.

Caso queira decifrar um código encontrado na internet, sem o celular, isso também é possível, enviando o arquivo de imagem a este site aqui.

Resumo da decodificação:

Passo 1: um celular com câmara; baixar um programa gratuito, pode ser o KaywaReader; acessar o aplicativo; apontar para a imagem projetada.

Passo 2: o aplicativo KaywaReader scanea o código.

Passo 3: aparece o poema no celular. a captura se dá no "escuro", pois não se sabe de qual poema/poeta é o código.

EXPOSIÇÃO LEONARDO BRASILIENSE

Exposição de fotografias de Leonardo Brasiliense, 15 a 30 de julho, no Castelinho do Alto da Bronze, centro histórico de Porto Alegre.

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LANÇAMENTO O MELHOR DA FESTA 3

Clique na imagem para ampliar

16/07, sábado, no 512 Bar (rua João Alfredo, 512),
a partir das 20 horas.
Org: Fernando Ramos, FestiPoa Literária.

Leituras e shows:
Altair Martins, Augusto Paim, Camila Fialho, Clarice Müller, Daniel Weller, Everton Behenck, Guto Leite, Marlon Almeida, Rodrigo Rosp e Sidnei Schneider.
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Participam da coletânea: Adão Iturrusgarai, Ademir Assunção, Alexandre Rodrigues, Altair Martins, Amilcar Bettega, Antonio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Antônio Xerxenesky, Andréia Laimer, Augusto Paim, Bárbara Lia, Carlos André Moreira, Cardoso, Carlos Gerbase, Carlos Pessoa Rosa, Cássio Pantaleoni, Claudia Tajes, Cristian De Nápoli, Daniel Weller, Diego Petrarca, Douglas Diegues, E. M. de Melo e Castro, Everton Behenck, Flávio Wild, Guilherme Orosco, Guto Leite, Henrique Rodrigues, Henrique Schneider, Horacio Fiebelkorn, Jacob Klintowitz, Jeferson Tenório, João Gilberto Noll, Jorge Fróes, Laerte, Laís Chaffe, Leandro Dóro, Liana Timm, Lima Trindade, Lúcia Rosa, Luciana Thomé, Luís Dill, Luís Serguilha, Luiz Paulo Faccioli, Marcelo Spalding, Márcia Denser, Maria Rezende, Marcelo Sahea, Marlon de Almeida, Monique Revillion, Nei Lopes, Nelson de Oliveira, Nicolas Behr, Olavo Amaral, Paulo Ribeiro, Pena Cabreira, Ramon Mello, Reginaldo Pujol Filho, Reynaldo Bessa, Ricardo Silvestrin, Rodrigo Bittencourt, Rodrigo dMart, Rodrigo Rosp, Ronald Augusto, Sandro Ornellas, Sergio Faraco, Simone Campos, Tailor Diniz, Virna Teixeira, Wilmar Silva, Wladimir Cazé, Xico Sá.

Contém desde ficção de autores que estão publicando pela primeira vez em livro, até trabalhos de escritores consagrados e premiados no cenário literário nacional, como Sergio Faraco, escritor homenageado da FestiPoa 2010, Márcia Denser, Nelson de Oliveira, Altair Martins, Ernesto E. de Melo e Castro e Nei Lopes. De acordo com Fernando Ramos, organizador do livro, a publicação desse terceiro volume da coletânea consolida a ideia de elaborar-se a cada ano um volume que registra a memória do evento e possibilita ao público tomar contato com uma grande variedade de trabalhos literários produzidos especialmente para a ocasião.
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Título: O melhor da festa volume três
Número de páginas: 264
Preço: R$ 25,00
Número de autores participando: 71
Conteúdo: poemas, contos, crônicas, cartuns e tiras
Projeto gráfico: Jorge Nácul
Capa: Márcio-André
Revisão: Press Revisão
Supervisão editorial: Laís Chaffe
Organizador: Fernando Ramos
Editora: Casa Verde