14 fevereiro 2007

VISÕES PARCIAIS

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o olho tem cheiro
feminil, penetrado
por imagens, deita
gotas de silêncio
e dor. abarca o
entorno de só vez,
porque não se crê.
quanto mais enxerga
melhor se engendra,
recorta-se do lodo
para existir per si.


o olho é barco,
balança no berço
do horizonte, colhe
peixes, algas, detritos,
e deles se engorda.
só quando esfrega
os cílios no sal,
alcança-lhe o sol
o pai de dentro.
viu crescer a terra,
mas é filho do mar.


Sidnei Schneider, 2007

1 Comments:

Blogger marcus minuzzi disse...

que lindo!

23/2/07 08:46  

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