29 dezembro 2005

EMILY DICKINSON


Morri pela beleza e estava pouco
Ajustada ao túmulo,
Quando alguém que morrera pela verdade
Foi alojado ao meu lado.

Perguntou-me, cuidadoso, por que faltei.
“Pela beleza”, respondi.
“E eu pela verdade – são uma coisa só”,
Disse ele, “somos irmãos”.

E assim, como familiares que se reúnem à noite,
Conversamos de um jazigo ao outro,
Até que o musgo alcançou nossos lábios
E cobriu nossos nomes.


Trad. Sidnei Schneider, 1999



I died for beauty, but was scarce
Adjusted in the tomb,
When one who died for truth was lain
In an adjoining room.

He questioned softly why I failed?
“For beauty”, I replied.
“And I for truth, - the two are one;
We brethren are”, he said.

And so, as kinsmen met at night,
We talked between the rooms,
Until the moss had reached our lips,
And covered up our names.


Emily Dickinson, EUA (1830-1886)

1 Comments:

Blogger Carlos Besen disse...

Esse poema da Dickinson é impagável, impecável.

O Walcott é um poeta dos bons, mas quem se atreve a ler Omeros?

Abraços

3/1/06 22:11  

Postar um comentário

<< Home