11 dezembro 2005

BALANÇO

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O mundo carrega nos ombros da gente
e da carga cerrada não nasce uma fonte.
Poeta,
cantas ainda ou caíste gemendo?
Em que transfiguração voltaste
para escrever o poema da formiga?
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HEITOR SALDANHA
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(Formiga, em oposição à cigarra? Formiga, esse ser minúsculo e trabalhador? Formiga, social e coletiva? Poema a favor do canto e em oposição ao mero gemido? Transfiguração nesse sentido, do gemido ao canto? Carregar o peso do mundo e carregar no sentido de ataque de guerra da 2ª Guerra recém finda? Por que pergunto? À excessão da última pergunta, para gerar conflito com a interpretação do respeitável Donaldo Schüler em A Poesia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Mercado Aberto/IEL, 1987.)