02 maio 2005

NOÇÃO DE ETERNIDADE

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Havíamos posto os corpos
ao alcance do amor
depois de comer na pastelaria.
Bebemos vinho tinto do Uruguai
e deixamos o desejo ditar
as esperanças mais recônditas.
Ardemos como ardem os casais,
até a viscosidade mútua e plena.
As estrelas moviam-se no horizonte
e o faziam por nós, sim, por nós.
Na hora de sair, no hall do prédio,
ela quis deixar um registro para o eterno:
– Amor..., o beijo do espelho!


Sidnei Schneider, 2002