08 maio 2007

INTERRUPÇÃO

Um homem muito velho, quase cego, sem memória, que tremia e mal conseguia andar, tropeçou e caiu com o coração em cheio sobre a lâmina afiada de uma faca.

Antes de morrer ainda conseguiu dizer: "logo agora que".

GONÇALO M. TAVARES

O senhor Brecht , Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005.

3 Comments:

Anonymous Anônimo disse...

o "logo agora que...", de qualquer maneira, não teria vida longa - o velho caindo ou não sobre a faca: ele era "sem memória", lembras?

8/5/07 22:47  
Blogger Sidnei Schneider disse...

Hein, esqueceste (acho) de assinar (caso contrário leia Schopenhauer). Correção: não é "logo agora que...", olha bem, é "logo agora que". A tua leitura (senti humor nela) é uma possibilidade, entre outras. Depende de como se lê "sem memória". O acento da minha recai sobre o desejo de viver. E afinal, o que é pré-requisito para querer continuar existindo, nem que seja por um lapso de memória?

9/5/07 14:45  
Blogger Leo.. Schneider disse...

hehehehehehee

esqueceu de botar o nome...:p~

9/5/07 18:16  

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