OS BOXEADORES
no boxe entrelaçados,
os turros lutadores
descansam abraçados.
pela vida batidos,
o primeiro relaxa
com sangue no olho.
pela morte batidos,
do outro não se encaixa
a pálpebra maçada.
mas se cada um deles
vê a dura realidade
na cegueira da luta,
cada um deles sente,
não há nenhum descanso
que os resgate da bruta:
despregam-se das asas,
pesos-pena no ringue,
abandonam a cicuta,
alto erguem os punhos,
arregalam os olhos,
reiniciam a luta.
Sidnei Schneider, 2002.
do livro Quichiligangues
1 Comments:
Este poema eu não conhecia, mas como gostei! Tens de mostrar outros, como o do bandônio.
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