30 julho 2007

ESTAVA NO MEU GANHA PÃO

estava no meu ganha pão
e parei um instante,
olhei o verde e acompanhei
a longa sebe, entrei
no parque, e vi
pessoas estiradas na grama,
sem o que fazer na segunda
à tarde. eu não, estive
trabalhando durante esses
vinte minutos, e só depois
voltei ao meu ganha pão.


Sidnei Schneider, 2007
do livro Quichiligangues

19 julho 2007

SAINDO DA GAVETA, 23/07/2007, 19 HORAS

Depois de tirar dúvidas, mentiras, erotismo,
morte, religiosidade e inocência da gaveta,
o encontro de escritores, atores, etc e tal
apresenta:


SAINDO CRUELDADE DA GAVETA
23 de julho, 19h, na Palavraria
Vasco da Gama, 165

Programação:

SIDNEI SCHNEIDER
Uns Pezinhos

SILVANE ROMERO
Um Peixe Chamado Edryl

PAULO RIBAS
Desolação

VIVIANE JUGUERO
Fausta

LETÍCIA SCHWARTZ
Violência Doméstica

Temas de Agosto: NATUREZA e FOFOCA
Depois: TEXTOS RADIOFÔNICOS e TRADUÇÕES
E ainda: HUMOR e DRAMA.

Informações e inscrições dos textos:
saindodagaveta@hotmail.com

Confira o que já foi lido e debatido:
www.dodagaveta.no-ip.org/sg

Parceria:
SA Produções
FM Cultura

SAINDO DA GAVETA,
encontro de escritores, atores, etc e tal – acontece
duas vezes por mês, sempre às segundas, na Palavraria.

17 julho 2007

3º SARAU DE POESIA DO JORNAL VAIA

Clique na imagem para ampliar.

15 julho 2007

JULIO CORTÁZAR: PARA CRIS

Agora escrevo pássaros.
Não os vejo chegar, não escolho,
de repente estão aí,
um bando de palavras
a pousar
........uma
..............a
................uma
nos arames da página,
entre chilreios e bicadas, chuva de asas,
e eu sem pão para dar, tão somente
deixo-os vir. Talvez
seja isto uma árvore,

ou quem sabe,
o amor.

Tradução Sidnei Schneider, 2007


PARA CRIS

Ahora escribo pájaros.
No los veo venir, no los elijo,
de golpe están ahí, son esto,
una bandada de palabras
posándose
..........una
...............a
.................una
en los alambres de la página,
chirriando, picoteando, lluvia de alas
y yo sin pan que darles, solamente
dejándolos venir. Tal vez
sea eso un árbol

o tal vez
el amor.

Julio Cortázar, Cinco últimos poemas para Cris
Salvo el crepúsculo, 1984.

13 julho 2007

VIVIANE MOSÉ: A VIDA E O TEMPO

Durante o Sarau Teia de Poesia, do qual participei no dia de ontem, organizado pelo grupo de mesmo nome na Casa de Cultura Mário Quintana, a poeta Cristiane Cubas disse com muita sensualidade e ótima interpretação o poema abaixo, sem título. Fiquei curioso e ela me deu as dicas de como encontrá-lo, divido com vocês. Quem quiser conhecer outros poemas da mesma autora é só clicar Viviane Mosé ou ir atrás de seus livros.


acho que a vida anda passando a mão em mim
a vida anda passando a mão em mim
acho que a vida anda passando
a vida anda passando
acho que a vida anda
a vida anda em mim
acho que há vida em mim
a vida em mim anda passando
acho que a vida anda passando a mão em mim


e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos

acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando


Do livro Pensamento do Chão, de Viviane Mosé.